quarta-feira, 30 de novembro de 2005

Segunda parte

Continuando a saga, como prometido. Finalmente tinha vôo marcado para o dia seguinte de manha e agora bastava ir para o aeroporto e esperar para embarcar. Vou para a paragem de autocarro tentar meter-me no mesmo autocarro que me trouxe até ali. Como é óbvio, o último autocarro do dia tinha partido à 10 minutos atrás e só haveria outro dali a 3 ou 4 horas, às 3 da manhã! Nada de especial, concerteza, ter de esperar 3 horas pelo autocarro, dá perfeitamente tempo para depois ir para o aeroporto e ainda ficar lá à espera de poder embarcar. O problema é que tava cheio de sono, já me doiam os braços de estar a arrastar a mala e as mochilas para trás e para a frente e estava um frio de rachar dentro da estação tirando debaixo de uns aquecedores estratégicamente colocados à beira das entradas (o que não ajudava muito, porque sempre que alguém abria a porta, lá se ia o calorzinho todo!). De qualquer maneira, decidi tentar dormir um bocado. Pus as malas num cacifo e fui à procura de um sitio confortável para passar pelas brasas. No hall principal, havia algumas cadeiras, mas a maior parte estavam ocupadas por pessoas iguais à da fotografia do ultimo post da Paula, que tinham ido para a estação para se abrigarem do calor e se livrarem do frio servindo-se dos líquidos que se vendiam na loja de conveniência da estação. Tentei procurar um sitio mais sossegado e encontrei num patamar um pouco mais acima onde tinha também uma pista de comboios de brincar onde se podia meter umas moedinhas e brincar com os comboios. Sentei-me num dos bancos e tentei dormir, mas não conseguia por causa do frio, então fui dando umas voltas pela estação para me entreter, estudei os horários dos comboios, vi as montras das lojas que estavam fechadas 5 vezes, tudo para n morrer de aborrecimento. Finalmente chegaram as 3 e meia e pude ir para o autocarro e fui para o aeroporto. Quando cheguei lá, obviamente que ainda não estava ninguém no check-in e não tive outro remédio senão esperar. Fiquei a ver um bocado dos bastidores dos aeroportos: as empregadas a limpar, os seguranças a chegar e a preparar a máquina dos raios-x e finalmente abriram o check-in. Pronto, daqui a pouco já tou no ar a caminho da Holanda. Acabou esta noite maldita! Errado! - Desculpe, mas vai ter de se deslocar até ao balcão da companhia, não está aqui a sua viagem. - Como? Lá vou eu outra vez com as malas atrás para o balcão e pergunto o que se passa. - Bem, houve um problema com o cartão de crédito! (Isto acontece às vezes com os cartões da MBnet - Mas continua a ser a melhor invenção desde... sei lá, a bicicleta com rodinhas de lado, vá!). Por sorte a viagem custava menos do que o limite do meu cartão e pude levantar dinheiro numa máquina mesmo ali ao lado, senão bem que ficava em terra. Pronto, agora posso descansar. Errado mais uma vez! Parecia que os deuses não queriam que eu chegasse tão cedo ao meu destino. Não é que no preciso momento que ia embarcar no avião, começa a nevar?! Como é que é possível? E não era um bocadinho de neve, em um minuto o aeroporto todo ficou completamente branco. Quando todos os passageiros já estavam sentados, veio a voz do comandante: - Senhoras e senhores, peço imensa desculpa mas devido ao frio de rachar que está e a neve vamos ter de descongelar o avião (pronto, estou a exagerar, eram só as asas!), por isso vamo-nos atrasar 15 minutos. Pronto, também não é assim tanto tempo. Ainda chegamos mais ou menos à hora prevista. Passados 14 minutos e 59 segundos, veio a voz outra vez: - Devido às condições atmosféricas no aeroporto de Amesterdão (vento e chuva do Inferno!) vamos ter de esperar aqui 1 horita, porque eles estão a aterrar primeiro os vôos de longa duração e só depois é que somos nós (pronto, não foi bem assim que ele disse, mas vai dar ao mesmo). Passado um bocado, vieram finalmente boas notícias, afinal as coisas estão a melhorar e só tinhamos que esperar 45 minutos e não a hora toda como ele tinha dito. Ah, muito melhor! Passados esses 45 minutos, vem a voz outra vez: - Já temos autorização para partir, só uma coisa, como tivemos este tempo todo à espera vamos ter de descongelar as asas outra vez. Santa Paciência!
Finalmente descolamos!
E a partir daqui tudo correu bem. Também já não era sem tempo!

3 comentários:

GoEThe disse...

Faltou dizer que eu queria muito ver neve, mas aconteceu no pior momento possível. A Ironia...

Gonçalo Taipa Teixeira disse...

Sim, senhor... Consegues fazer A Odisseia parecer um carrocel infantil...

Gonçalo Taipa Teixeira disse...

Também eu tenho um blogue novo. Vê no meu perfil.